Continuando a série “Injustiçados”, hoje falo daquele jogador que considero ser o maior representante desse grupo na história recente do futebol brasileiro. É lugar comum no jornalismo esportivo se referir a Rivaldo Vítor Borba Ferreira como Patinho Feio, portanto não estarei dizendo nenhuma grande novidade por aqui.
Rivaldo nasceu no dia 19 de abril de 1972 na cidade de Paulista, estado de Pernambuco. Profissionalmente Rivaldo iniciou sua carreira em 1991, pelo Santa Cruz, mas rapidamente se transferiu para o interior de São Paulo, quando jogou pelo Mogi Mirim. – onde foi campeão da segunda divisão do Paulistão. O Corinthians conseguiu, junto ao Mogi, seu empréstimo e ele marcou 11 vezes pelo Timão no Brasileiro de 1993, conquistando a Bola de Prata de Placar na ocasião. Sem se dar muito bem no Paulista de ’94, no Corinthians comandado por Mário Sérgio, Rivaldo não foi para a Copa do Mundo daquele ano e ainda viu o Corinthians desistir de sua contratação em definitivo (por considerar os valores do negócio muito altos). Naquela época, o Palmeiras – através da sua parceira Parmalat – não viu os 2,4 milhões de reais como problema e fez o investimento para contar com Rivaldo na estrelada equipe alviverde da década de 90.
Na temporada em que o Palmeiras conquistou seu segundo bicampeonato (o primeiro foi nas temporadas 72-73 e depois em 93-94) Rivaldo marcou 14 gols em 29 jogos e novamente foi Bola de Prata de Placar. O grande momento de Rivaldo com a camisa do Palmeiras foi em 1996, naquele espetacular time campeão do Paulista antecipado e com o famoso Ataque dos 102 gols (média de 3,4 gols por jogo), e o camisa 11 marcou 18 vezes.
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Apresentação no La Coruña |
Após o termino dessa campanha histórica, Rivaldo se transferiu para o La Coruña, onde substituiu em grande estilo Bebeto - que havia recém-deixado a equipe da Galícia. Apenas uma temporada no La Coruña e Rivaldo já estava no Barcelona, onde viveu o melhor momento de sua carreira, foi eleito melhor jogador do planeta pela FIFA em 1999, ganhou o Ballon D’or da revista France Football no mesmo ano e marcou um dos mais belos gols que já tive a oportunidade de ver, e que merece um paragrafo exclusivo.
Ultimo jogo da temporada, o Barcelona havia feito uma temporada 2000/2001 modesta (hoje é inimaginável, mas aconteceu), e jogava sua oportunidade de jogar a próxima edição da UEFA Champions League contra o Valência no Camp Nou. Rivaldo estava inspirado e havia marcado já duas vezes, porém o Valência empatou logo em seguida nas duas oportundiades, e parecia que os culés ficariam de fora da disputa do torneio internacional. Só que o Barcelona tinha Rivaldo, e aos 43 minutos do segundo tempo ele recebe uma bola a meia altura de Frank de Boer e a ajeita de o peito, o que vem em seguida é uma das bicicletas mais estéticas da história do futebol. Golaço! Barcelona na Champions League. O vídeo você pode conferir aqui abaixo:
E veio a Copa de 2002, as perspectivas não eram animadoras já que pouco antes do início da competição Rivaldo foi liberado pelo Barcelona (principalmente devido à volta de Louis van Gaal, técnico holandês e antigo desafeto do jogador). Como toda a seleção, Rivaldo chegou desacreditado para a disputa na Coréia do Sul e no Japão, mas fez uma grande Copa. Era o melhor jogador da seleção na competição até que na final Ronaldo marcou por duas vezes, garantiu o penta ao Brasil e se estabeleceu como o grande nome brasileiro naquela Copa – de maneira compreensível.
Após a Copa Rivaldo oscilou muito: Não se firmou no Milan, onde perdeu espaço para Rui Costa e, principalmente, para Kaká; foi repatriado pelo Cruzeiro, onde ficou e jogou muito pouco; depois foi para o Olympiakos, da Grécia, onde se deu muito bem (foi três vezes campeão grego e melhor jogador do campeonato local na temporada 2006), mas ficou em segundo plano devido a pouca visibilidade e importância da Liga da Grécia; por fim, ficou por dois anos no Bunyodkor, do Uzbequistão, onde foi bicampeão nacional, mas perdeu ainda mais visibilidade.
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Rivaldo presidente apresenta Rivaldo jogador no Mogi Mirim |
No fim de 2010, como presidente do Mogi Mirim, anunciou a sua própria contratação como jogador para a disputa do Paulistão, mas acabou acertando sua ida para o São Paulo no inicio de 2011. Rivaldo alternou bons momentos e partidas em que não era sequer relacionado por Paulo César Carpegiani no tricolor paulista. Até que, já sob o comando de Adilson Batista, se firmou como ponto de imprevisibilidade do São Paulo – mesmo já em fim de carreira, o camisa 10 tricolor decidiu várias partidas e protagonizou jogadas de muito talento e habilidade.
Fiquei arrepiado ao rever este gol de bicicleta. E puto lembrando da sua fase no Cruzeiro. E emocionado quanto sua aposentadoria em fase irregular.
ResponderExcluirEsse gol é uma das maiores obras primas do futebol. Eu não me canso de ver e rever.
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