Hoje teve início o terceiro maior evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo de Rugby. Eu sou um aficionado por esportes em geral, e com o esporte bretão (que inclusive deu origem ao futebol, em uma história que conto em outra oportunidade) não é diferente. Programei a TV para ligar, e o recurso de gravação também, tentei ficar acordado – sem sucesso, só resisti até às 3:30 mais ou menos – e por fim coloquei o relógio para despertar às 5 horas da madrugada. Ah sim, não expliquei e por isso o horário pode parecer estranho, essa edição está sendo realizada na Nova Zelândia – sem nenhum exagero, país que representa para o Rugby o que o Brasil representa para o Futebol.
E foram justamente os donos da casa que abriram a competição, jogando contra a seleção de Tonga. É interessante notar que, ao contrário dos demais esportes coletivos, no Rugby a Oceania é uma grande potência (muito devido à colonização inglesa no continente) e a seleção neozelandesa, conhecida como os All Blacks, é a mais famosa do planeta.
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O filme Invictus retrata a campanha da seleção da África do Sul na Copa do Mundo de 1995 |
Explicações bastante superficiais sobre o jogo em si: o Rugby tem regras que se assemelham ao Futebol Americano (mas tem uma dinâmica que lembra mais o nosso Futebol). São 15 jogadores de cada lado, não há time de defesa e ataque como no Futebol Americano, e o objetivo primário é cruzar a linha do In-Goal (área no fundo do campo, semelhante à EndZone do Futebol Americano) com a bola e coloca-la no solo, isso constitui o Try – maior pontuação do Rugby, que vale 5 pontos. O nome Try vem da origem do jogo, pois nos primórdios essa atitude simplesmente te dava a chance de chutar a bola e tentar (daí o try) e aí sim marcar os pontos, isso mudou e agora só colocar a bola no chão já vale os pontos. Interessante notar que no Rugby é necessário colocar a bola no chão para que o Try seja válido, e no Futebol Americano o Touchdown (que insinua que a bola tenha que tocar o solo) se constitui somente pelo fato da bola cruzar a linha imaginária da End Zone. Após o Try é dada ao time que marcou a oportunidade de um chute, que vale 2 pontos.
Outras pontuações possíveis com chute são o Penalty Goal e o Drop Goal, o primeiro é quando há uma falta e o time chuta a bola e o segundo o jogador com posse da bola solta-a no chão e dá-lhe uma bica, em todos os casos de chute os pontos são marcados se a bola passar por entre as duas balisas situadas na metade da linha do In-goal. Outras diferenças do futebol americano é que o jogo não para tanto, é um esporte mais dinâmico e de ação direta. Se na NFL se tem direito a um passe para frente, no Rugby isso não é permitido, só são válidos passes para trás e para se tocar para frente só com os pés (o que, considerando o formato da bola, dificulta as coisas). Existem particularidades como a formação do Scrum em jogadas irregulares, a cobrança de lateral onde há o elevador (um atleta é levantado para pegar a bola), mas isso alongaria muito as explicações – acho que o que foi dito é o suficiente para começar a entender o esporte.
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O inglês Jonny Wilkinson é o recordista de pontos em todas as edições de Copa do Mundo, são 231 no total |
E o jogo ? Foi um bom jogo, uma vitória tranquila dos All Blacks por 41x10, uma pequena preocupação com o principal jogador do time – o abertura Dan Carter – estava um pouco desconcentrado e cometendo uns erros infantis, mas nada que tire dos neozelandeses a condição de favoritos ao titulo. Para finalizar, deixo o vídeo d a perfomance da haka, a dança tribal maori de intimidação que os All Blacks fazem antes de todos os seus jogos.
No feriado agora, do dia 7 eu tava conversando com uma amigo meu que joga no BH RUGBY e a gente tava falando justamente disto, da Copa, e de como o esporte tem crescido no Brasil, não tem ainda a proporção que os medalhões da nação como futebol, volei e basquete, mas tá caminhando a passos largos viu!
ResponderExcluirGostei do blog, tá de parabéns!
O esporte cresce muito mesmo. O que foi muito bom para o esporte, a Copa do Mundo voltar para a Nova Zelândia, atrapalhou um pouco a audiência no Brasil (por conta do fuso horário). A ultima edição, na França em 2007, teve audiência bruta no Brasil.
ResponderExcluirVale lembrar que esse ano teve ainda transmissão ao vivo - e in loco - da final da Heineken Cup, direto do País de Gales. Jogaço, com atuação história de Jonathan Sexton.
Eu coloquei o relógio pra despertar na hora da abertura e vi o jogo... me emociono quando vejo o Haka executado por algumas equipes da Oceania, principalmente o da Nova Zelândia. O Rugby, ao contrário do que muitos pensam é um esporte de "gentlemans", é proibido por exemplo o diálogo dos jogadores com o árbitro da partida, sendo a excessão concedida apenas aos capitães de equipes. É impressionante a forma cortês como os adversários se tratam em campo. É uma batalha, mas honrada! Tô apreendendo a gostar do Rugby, muito por esses aspectos.
ResponderExcluirO imaginário popular no Brasil está tomado por uma ideia superficial de diversos esportes não-usuais ao nosso povo. É dificil, mas bastante prazeroso, quando essa barreira é transposta e esportes como Rugby, Futebol Americano, Baseball e até mesmo Tênis (que ainda carrega em si uma aura elitista), aos poucos - mas bem aos poucos mesmo - vão caindo no gosto da galera.
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