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| Bélgica 2x1 Argélia (acima) e Brasil 1x1 Chile, 3x2 nos pênaltis (abaixo). |
Para muitos, uma Copa é só mais um evento qualquer. Para
mim, não. Com a saúde felizmente em dia
(e o restante da família também), essas quatro letras ocupam durante um mês o
topo da escala de importância. Mesmo. É claro que com a idade as
responsabilidades vão aumentando, mas ainda assim foi possível não deixar a
peteca cair e ter dedicação total ao maior torneio esportivo do mundo.
Dedicação que vai desde a busca pela vinheta de abertura, à
memorização dos uniformes e até das placas publicitárias que circundam os
gramados. O olhar atento para as escalações, os cortes por lesão, os candidatos
a surpresa ou aqueles jogadores cuja expectativa é tão grande que o resultado
só pode ser mesmo decepção. Há também, é claro, a pequena relação de recordes e
marcas que podem ser quebrados, ou que tentarão ser mantidos.
E o álbum oficial? Esse merece um capítulo à parte.
Juntamente com o jogo oficial, é o principal responsável pela aclimatação com o
mundial – apesar de que nem mesmo na era da informação acaba sendo possível fidelidade
máxima e um ou outro erro acaba chamando a atenção (como a figurinha de um
jogador não convocado ou um placar diferente da geração oficial da FIFA no
videogame).
E finalmente, após tanta preparação e expectativa, Ela
chega. Ela mesma, aquela que é referida sempre com tanta intimidade. Vem a
abertura, o primeiro jogo, o primeiro dia de debates e a curiosidade aumenta:
sabemos que independentemente do que
acontecer a história será feita, mas o que nos espera nas próximas quatro
semanas?
É curioso. Apesar de ter uma memória hiperativa, que às
vezes se pega recordando de dados, números e fatos quase que inconscientemente,
são as lembranças afetivas que mais tenho gostado de revisitar. E é com um sorriso
de canto que me lembro das expectativas, da emoção e de alguns pensamentos
daqueles dias não tão longínquos de junho.
Como mudei. Como mudamos. Como as coisas mudaram. Que
experiência cultural tão enriquecedora. Sempre tive a mesma sensação só
acompanhando pela mídia (TV, rádio e, mais recentemente, internet), mas desta
vez a coisa chegou a um novo nível. Viver uma Copa de perto foi demais.
Observar as culturas de dois países distintos, conversar com
gente do mundo todo e acompanhar um jogo como espectador e anfitrião desta
festa. Além disso, dias depois, ainda ter a chance de torcer na arquibancada –
e me juntar a outras dezenas de milhares que certamente testaram sua eficiência
cardíaca naquela disputa de pênaltis.
Foram 31 dias, mas parece que envelheci quatro anos. Talvez
seja isso. Este pequeno espaço de tempo condensa o ciclo que lhe precede e nos
atinge como um verdadeiro turbilhão. Acabou. Foi ótimo. Há alegria. Há
tristeza. Quero de novo. Faltam 1455 dias...

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