domingo, 13 de julho de 2014

Acabou...

Bélgica 2x1 Argélia (acima) e Brasil  1x1 Chile, 3x2 nos pênaltis (abaixo).
O fim é assim: um misto curioso de alegria e tristeza. E desta vez não foi diferente. Pela quinta vez na vida, acompanho uma Copa do Mundo do primeiro ao último dia. Essas memórias de cinco torneios se juntam às vagas lembranças do quarto título brasileiro, conquistado coincidentemente no dia em que eu completei quatro anos – uma combinação que resultou em ligação instantânea.

Para muitos, uma Copa é só mais um evento qualquer. Para mim, não.  Com a saúde felizmente em dia (e o restante da família também), essas quatro letras ocupam durante um mês o topo da escala de importância. Mesmo. É claro que com a idade as responsabilidades vão aumentando, mas ainda assim foi possível não deixar a peteca cair e ter dedicação total ao maior torneio esportivo do mundo.

Dedicação que vai desde a busca pela vinheta de abertura, à memorização dos uniformes e até das placas publicitárias que circundam os gramados. O olhar atento para as escalações, os cortes por lesão, os candidatos a surpresa ou aqueles jogadores cuja expectativa é tão grande que o resultado só pode ser mesmo decepção. Há também, é claro, a pequena relação de recordes e marcas que podem ser quebrados, ou que tentarão ser mantidos.

E o álbum oficial? Esse merece um capítulo à parte. Juntamente com o jogo oficial, é o principal responsável pela aclimatação com o mundial – apesar de que nem mesmo na era da informação acaba sendo possível fidelidade máxima e um ou outro erro acaba chamando a atenção (como a figurinha de um jogador não convocado ou um placar diferente da geração oficial da FIFA no videogame).

E finalmente, após tanta preparação e expectativa, Ela chega. Ela mesma, aquela que é referida sempre com tanta intimidade. Vem a abertura, o primeiro jogo, o primeiro dia de debates e a curiosidade aumenta: sabemos  que independentemente do que acontecer a história será feita, mas o que nos espera nas próximas quatro semanas?

É curioso. Apesar de ter uma memória hiperativa, que às vezes se pega recordando de dados, números e fatos quase que inconscientemente, são as lembranças afetivas que mais tenho gostado de revisitar. E é com um sorriso de canto que me lembro das expectativas, da emoção e de alguns pensamentos daqueles dias não tão longínquos de junho.

Como mudei. Como mudamos. Como as coisas mudaram. Que experiência cultural tão enriquecedora. Sempre tive a mesma sensação só acompanhando pela mídia (TV, rádio e, mais recentemente, internet), mas desta vez a coisa chegou a um novo nível. Viver uma Copa de perto foi demais.

Observar as culturas de dois países distintos, conversar com gente do mundo todo e acompanhar um jogo como espectador e anfitrião desta festa. Além disso, dias depois, ainda ter a chance de torcer na arquibancada – e me juntar a outras dezenas de milhares que certamente testaram sua eficiência cardíaca naquela disputa de pênaltis.

Foram 31 dias, mas parece que envelheci quatro anos. Talvez seja isso. Este pequeno espaço de tempo condensa o ciclo que lhe precede e nos atinge como um verdadeiro turbilhão. Acabou. Foi ótimo. Há alegria. Há tristeza. Quero de novo. Faltam 1455 dias...

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