sábado, 3 de novembro de 2012

Carta aberta ao povo do passado


Brasil, 27 de agosto de 2099.

Caros amigos do passado,

Sim, algumas tecnologias mudaram e é possível enviar cartas para o passado – mas não me perguntem por que não fizeram isso por meio digital e as encomendas são enviadas em envelopes físicos, talvez seja influência das companhias de correios e telégrafos para que não fiquem obsoletas.  Mas não foi para contar dessas mudanças que eu lhes escrevi, mas sim para falar sobre outra no ramo do futebol.

É fato que algumas coisas continuam, senão iguais, muito parecidas: a FIFA continua sendo investigada (desde o início do século XXI), Ricardo Teixeira Neto está sendo muito cotado para substituir João Havelange III no comando da CBF e o futebol olímpico ainda não nos trouxe o ouro (embora esteja rolando um comentário que se de fato levarmos a medalha dourada nos jogos de Nouméa, na Nova Caledônia, no ano que vem, o futebol finalmente será extinto das Olimpíadas). Mas algo mudou internamente no futebol, especificamente no futebol brasileiro. Hoje digo, orgulhosamente, que resolvemos o problema dos conflitos e agressões entre torcedores, bem como a depredação do patrimônio público e privado em decorrência dos mesmos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Barcos, a mão e a tecnologia

O lance da discórdia: Barcos põe a bola pra dentro do gol com a mão.

Tenho acompanhando a polêmica em torno do lance entre Palmeiras e Inter e resolvi, agora, opinar. Mas, espero, não com o maniqueísmo que tenho observado na situação.


O que vejo é que há oportunismo da diretoria do Palmeiras, que espera "lavar todos os pecados" cometidos em 2012, por esse episódio. O que não acontecerá. A diretoria é a grande culpada por um ano que teve um título milagroso e foi um fiasco nos demais aspectos. Dito isso, apesar do oportunismo, não dá pra dizer que a indignação e ação é errada, como tem sido comum. Minha ignorância jurídica não me permite dizer se existia algum outro tipo de recurso a ser usado, mas a reclamação feita (e não necessariamente o ressarcimento solicitado) é extremamente válida. O lance em questão é extremamente ilegal, sob todos os aspectos. As regras do futebol - não só não preveem, como - proíbem o uso de mecanismos externos ao espaço de jogo para definição de jogadas. E foi claro que isso aconteceu. Ou seja, um gol irregular foi validado (mas sua validação é aceita pela regra, já que a mesma prescinde em diversos aspectos da arbitrariedade da figura do homem do apito) e foi invalidado ilegalmente logo em seguida. Um erro não corrige o outro.